Em uma das suas palestras, o jornalista Clóvis Rossi explicou o que é a felicidade e foi de uma forma que eu ainda não tinha parado para pensar com clareza.
Ele afirmou que a felicidade está na busca pela excelência. De fato, refleti sobre todas as áreas da vida, recordando os momentos em que estive feliz e em vários deles realmente o que me empolgava era o que me desafiava.
Quando me encontrava desmotivado certamente era porque o nível de desafio era pequeno.
No desafio, está a busca por fazer melhor e por crescer. Quando o trabalho era medíocre, havia lentidão, marasmo e falta de vontade.
É como a pessoa que termina o domingo já lamentando o início da segunda-feira. Na segunda, assim como no decorrer da semana, ela não executa nada de extraordinário.
Em sua escola, envolvendo os colaboradores e alunos, em uma escala imaginária de 100 pessoas, quantas delas você acha que não estariam desanimadas ao pensar na segunda?
Temos duas opções neste caso para não ficarmos tristes na segunda:
1° – Ter folga na segunda. Daí ela seria transferida para terça.
2° – Gostar realmente do que fazemos.
A segunda opção então é realmente a única viável.
E uma das melhores maneiras para gostarmos do que fazemos é buscando a excelência. Muitas pessoas que começam a tocar violão, por exemplo, não persistem no hábito porque se contentam em aprender o básico e não buscam o crescimento.
Se já conseguiram aquilo que já desejavam, qual o sentido de continuar? Buscando a excelência, há sempre algo novo e desconhecido pelo caminho. E isso deixa uma sensação de felicidade que facilita todo o processo.
São por estas e outras razões que a cultura da excelência precisa estar enraizada em sua escola. Em todas as áreas, e em todas as pessoas.
Com este espírito, sua escola tem tudo para se tornar realmente um lugar incrível, cheio dos melhores sonhos.
Vamos discutir neste post alguns pontos?
Tenha a capacidade de sonhar
Em uma boa discussão no programa Conversa com Bial, o economista Eduardo Giannetti citou uma frase que me marcou: “O brasileiro perdeu a capacidade de sonhar.”
De fato, isso ocorreu e teve muito a ver com tudo que vivemos nos últimos anos.
No entanto, é bem válido trazermos essa reflexão para a educação.
Se em sua escola você conseguir despertar nos colaboradores e também nos alunos a capacidade de sonhar, você está em um caminho muito promissor para ter uma escola incrível.
Pense nas maiores realizações da humanidade. Thomas Edison pode ter parecido um louco até 21 de outubro de 1879, momento em que conseguiu que uma lâmpada composta por um filamento de algodão carbonizado dentro de um bulbo a vácuo brilhasse por 45 horas seguidas.
O que pensava Alexander Graham Bell ao apresentar as bases do que viria a ser o aparelho telefônico que estaria na casa de milhões de lares pelo mundo afora?
Todos eles foram sonhadores, que foram além do que lhes era apresentado e conseguiram disrupção.
Suas inovações facilitaram processos e criaram novas realidades. Todas essas disrupções aconteceram porque eles sonharam antes e, a partir da visão que tiveram, trabalharam incansavelmente para buscar a realização.
A maioria das grandes invenções e realizações na humanidade foram precedidas pelo sonho. É por meio dele que temos mais força, disciplina e persistência em busca do nosso propósito.
Uma boa dinâmica em sua escola pode ser perguntar os alunos quais são seus maiores sonhos e discutir juntos formas em que eles podem encontrar caminhos para realizá-los.
É bom tomar cuidado para não deixar a dinâmica lúdica demais e mostrá-los que todas as grandes realizações, além de serem feitas por sonhadores, foram precedidas de muito estudo, disciplina, esforço e dedicação.
O que não pode acontecer é termos, em um ambiente de educação, um clima que iniba a utopia. Que motivação um aluno tem em aprender uma nova equação se não pode imaginar uma forma prática de gerar valor com aquele conhecimento?
Que vigor ele terá para aprender a falar em público, a ter capacidade de influenciar pessoas, se não sabe como isso será útil em sua vida?
Ao mesmo tempo, também é importante valorizar a diversidade do conhecimento, já que cada aluno tem aptidões diferentes.
Tenha profissionais capazes de influenciar pessoas
Uma das características não tão faladas, mas que são essenciais aos educadores, é a capacidade de influenciar pessoas. O aluno só vai realmente se interessar por uma aula quando sente alguma conexão com o professor.
E em um mundo em que o aluno já nasce recebendo estímulos e informações de toda a parte, conquistar sua atenção ficou mais complicado. Segundo o psiquiatra Augusto Cury, uma criança de 7 anos já recebeu mais informações na vida do que um imperador romano.
Se o educador tem mais recursos para entender melhor o comportamento humano, e identificar com quais chaves pode despertar a ação dos estudantes, ele tem tudo para ter mais sucesso.
O grande clássico de Dalie Carnegie traz algumas lições que podem ser bem úteis neste caso:
1- Evite criticar os alunos. Fica bem mais complicado atrair sua atenção apenas criticando e reclamando. Procure mostrar um outro ângulo para que o aluno mude o comportamento.
2 – Faça um elogio sincero e honesto. Quando perceber qualquer evolução e esforço, elogie, e então a tendência é que este aluno continue evoluindo.
3 – Desperte na outra pessoa um desejo ardente. Para isso, o ideal é mostrar a aplicação prática do que ele anda aprendendo na escola.
4 – Interesse de verdade por cada aluno. Essa honestidade ajudará na relação.
5 – Faça com que o aluno se sinta importante. Se por algum acaso o aluno sentir que você está totalmente indiferente a ele, a tendência é que ele não faça nada para fazer parecer o contrário.
6 – Ao dizer que o aluno está errado, procure usar as palavras certas, usando a diplomacia.
7 – Procure fazer perguntas, ao invés de dar ordens. Fazendo perguntas, você pode conseguir direcionar o aluno para onde deseja.
8 – Nunca envergonhe algum aluno. Quando tiver uma situação delicada, procure conversar individualmente com o aluno, ou junto à família.
Realize rodas de conversa sobre os livros
Já pensou em ter em sua escola um ambiente que incentive o hábito da leitura? Com a evolução das redes sociais, os seres humanos, em geral, têm tido mais problemas com a procrastinação.
Muitas vezes, dizem que vão dar uma olhada nas redes sociais e acabam ficando muito mais tempo que desejavam. Segundo dados da “2018 Global Digital”, da We Are Social e da Hootsuite, os brasileiros passam em média 3 horas por dia nas redes sociais.
Ao mesmo tempo que podemos comprovar essa estatística observando o dia a dia das pessoas, em geral, é comum ouvirmos frases como: “Não tenho tempo para leitura” ou “Não tenho tempo para nada”.
Será mesmo?
O escritor norte-americano Charles Chu diz que somos capazes de ler até 200 livros por ano, se largarmos as redes sociais e empregássemos este mesmo tempo lendo livros.
O bilionário Warren Buffet, por exemplo, atribui parte de seu imenso sucesso ao hábito da leitura. “Qualquer um é capaz de ler 500 páginas por dia, embora a minoria faça isso”.
Outras grandes pessoas de sucesso também são leitores ávidos. Como Bill Gates, Mark Zuckerberg, entre outros vários.
Todos sabemos o quanto é um bom hábito, e não há um lugar melhor para incentivá-lo do que na escola.
Seu colégio deve também ter uma comunicação que busque conscientizar os pais sobre a importância deste hábito. Nas reuniões escolares, busque mostrar os imensos benefícios que a leitura pode propiciar para que a família seja uma parceira nessa missão.
Afinal, fica bem mais fácil para conseguir convencer os alunos a lerem se o incentivo vem também de casa.
De forma prática na escola, podem ser criados momentos em sala de aula para que os alunos apresentem alguns dos livros que leram, contando suas histórias.
Podem ser criadas também rodas de conversa para que os leitores de um mesmo livro discutam a obra e ouçam diferentes pontos de vista.
Associando essas atividades à rotina da escola, a chance de conseguir sucesso são muito altas e todos saem ganhando. A troca de informações e conhecimento se tornará maior e a curva de aprendizado será mais forte.
Foque em ajudar os alunos a desenvolverem habilidades
Sabemos pouca coisa sobre o futuro, umas delas é que com a evolução da tecnologia, o ritmo das mudanças deve aumentar.
Se deseja entender isso do modo prático, pense em como era a sua vida e seu trabalho há 10 anos atrás. Muita coisa mudou com os smartphones poderosos que criaram várias novas possibilidades, assim como outras tecnologias.
E uma escola, que prepara os alunos para a vida, não pode estar limitada ao presente e deve pensar também no futuro.
Se sabemos muito pouco sobre o mercado de trabalho do futuro, sabemos que algumas habilidades serão mais demandadas. Abaixo um pequeno resumo:
Inteligência emocional
A inteligência artificial não mudará a necessidade que o ser humano tem de saber lidar bem com suas emoções e pensamentos para ter saúde e capacidade de viver bem em sociedade.
Habilidade de falar em público
Falar bem em público é importante para transmitir uma mensagem com clareza. Grandes líderes políticos, empresários e pessoas influentes têm essa capacidade, e levam uma vantagem tremenda. Essa habilidade continuará a ganhar relevância no futuro.
Ter capacidade de se reinventar várias vezes
Como as tecnologias evoluem rapidamente, é muito provável que nenhum dos alunos comece uma carreira e siga a mesma até se aposentar, como foi o caso de muitos dos seus pais. Dessa forma, o que o profissional do futuro precisa é de resiliência.
Ele vai precisar sempre de se reinventar, se adaptar a outros cenários, e ter força mental para continuar aprendendo durante toda a vida.
Criatividade
Esta é outra habilidade que não sairá de moda. Com as novas tecnologias, teremos novos problemas, e o mundo precisará de criatividade para encontrar as melhores soluções.
Em todas as áreas, das ciências, às artes, a criatividade continuará em alta, e é uma habilidade que a sua escola precisa estimular.
Mais do que ficar o tempo todo focado em fazer com que os alunos tenham um bom desempenho em testes padronizados, é importante que a sua escola tenha uma cultura que valorize o desenvolvimento de habilidades que não perderão relevância com o tempo.
Busque a parceria com as famílias
Por mais incrível que a sua escola seja, o papel dos pais na educação dos filhos continua sendo de protagonista.
Neste caso, a maioria das situações não estão sob o seu controle, os pais podem errar, estabelecer limites errados, serem pouco participativos e conduzirem mal a criação dos seus filhos. Os erros dos pais acabam impactando no dia a dia da escola, já que estes alunos têm tendência a ter um pior comportamento.
No entanto, gastar energia com o que não se pode controlar é inútil.
Mas existem sim algumas oportunidades nesse sentido que a sua escola pode atuar. A principal forma, sem dúvidas, é em estimular a parceria com as famílias.
Um(a) aluno(a) tende a ter um desempenho muito melhor quando os pais se interessam pelo que ele vive no colégio.
Um dos desejos naturais e mais genuínos que as crianças têm é satisfazer e impressionar os pais. Se os responsáveis mostram indiferença ao que eles vivem e não incentivam bons hábitos de estudo, o caminho para a indisciplina e desinteresse está aberto.
O que a sua escola pode fazer é ter uma comunicação eficiente com as famílias para que consiga conscientizar as famílias. Isso pode ser feito nas reuniões escolares, nos contatos presenciais com os pais e nos canais de comunicação da escola.
Muitos dos pais agem inconscientemente, achando que o melhor que podem fazer para o filho é pagar a mensalidade da escola particular, enquanto, na prática, ele tem algumas outras obrigações que estão bem à frente do pagamento de boletos.
A escola precisa ter um discurso alinhado e uma comunicação bem estruturada, de forma com que cada familiar entenda o seu papel e aja de acordo com seu propósito.
Busque os diferenciais da sua escola
Pense nas empresas mais bem sucedidas do mundo. Apple, Coca Cola, Amazon…todas elas, e tantas outras que atingiram muito sucesso, oferecem algo único, com personalidades e essência próprias. E também por isso têm marcas tão fortes, facilmente reconhecidas.
Para que a sua escola seja realmente incrível, ela precisa ser autêntica e marcante. Se buscar seguir uma receita de bolo, o caminho da mediocridade te espera.
Se inspirar e em outras escolas, é natural e é algo até positivo, mas é necessário encontrar suas singularidades e ter orgulho delas.
O que a sua escola tem de melhor?
Quais são os maiores diferenciais?
Que tipo de aluno deseja formar?
Quais são os valores mais importantes de um colaborador ou aluno da sua escola?
Tenha todas essas respostas bem claras na mente – e também bem comunicadas a todos os atores do colégio – para que tenha um ambiente realmente rico de ideias e uma marca memorável.
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